Porque o trânsito de Rio está cada vez pior!?

Terça-feira, 14 de Maio de 2013, às 08:01 e 08:03.
Esta é a data e os horários das seguintes fotos:

08:01 - Ônibus da linha 107 (Urca-Central)

08:03 - Ônibus da linha 693 (Méier-Alvorada)


Talvez não precise citar, pois é nítida a diferença. Mas já que estamos aqui, vamos lá!

O ônibus da linha 107 percorre cerca de 13 km em 44 minutos, saindo da Rua Candido Gaffree próximo ao 143 e parando no Terminal em frente a Central do Brasil, na Av. Presidente Vargas. Por volta das oito horas da manhã, havia cerca de 10 pessoas (contando um cobrador e um motorista) no ônibus, que já passava pela Av. Beira-Mar. É válido lembrar, que não é comum ter trânsito no trajeto desta linha. Com isto, poucas pessoas utilizam o ônibus em um trajeto curto e sem trânsito, no sentido Zona-Sul/Centro.

Do outro lado da cidade, um ônibus que sai do Méier com destino ao Terminal Alvorada/Barra (linha 691 - expresso 693), percorre mais de 20 km, em 43 minutos (segundo o Google Maps e sem considerar o trânsito). Normalmente este trajeto leva, em média, 80 minutos. O dobro do calculado pelo sistema de mapas da gigante de buscas, em um trajeto sem trânsito. A foto, até complicada de ser tirada, mostra o ônibus cheio e que a passageira fotógrafa, sequer tinha passado da catraca localizada na frente do micro-ônibus. Sim, um micro-ônibus.

O preço da passagem é absolutamente o mesmo, assim como o gestor do sistema, a Prefeitura do Rio de Janeiro. Enquanto pessoas vão em pé em um micro-ônibus durante 80 minutos, outras 10 pessoas, vão confortavelmente sentadas em um ônibus de tamanho comum (42 lugares sentados e 36 em pé), por um trajeto de 44 minutos.

Aí, você liga o rádio e ouve que a Linha Amarela para a Barra e as saídas da Zona Norte para o Centro estão paradas. É óbvio! Quem em sã consciência entra em um ônibus para ir apertado e sem qualquer conforto, correndo o risco do ônibus não parar no ponto, seja para embarcar ou desembarcar, tendo um carro na garagem? Ninguém! Logo o número de carros nas ruas aumenta absurdamente, tornando o trânsito cada vez mais caótico, lento, estressante e perigoso. Sem falar que quanto mais carros nas ruas, maior a necessidade de vagas de estacionamento, o que complica e encarece ainda mais o deslocamento Casa/Trabalho.

Vamos às contas:

Trajeto - Méier até o Terminal Alvorada (Barra) - Cerca de 20km
Ônibus - R$ 2,75
Carro - R$ 2,70 (gasolina) x 2 (considerando 10km/L) + R$ 2,00 (estacionamento, considerando o Rio Rotativo de período único a R$ 2,00) = 7,40

Ou seja, o custo do transporte público representa 37% o custo do automóvel, sem levar em conta o estresse e os desgastes do veículo, além de considerar apenas os menores valores disponíveis.

Com certeza, se o transporte público fosse confortável, constante e parasse nos pontos demarcados pela Prefeitura, certamente o trânsito da nossa cidade não estaria o caos que está hoje. Teríamos profissionais mais produtivos, menos estressados, com um custo de vida menor, além também de um menor tempo de percurso, ganhando qualidade de vida e tempo de produtividade.

Se somente tem ganhos para o cidadão, para as empresas (inclusive as de ônibus) e para a Prefeitura, com a redução de acidentes e veículos com pane mecânica, porquê a Prefeitura do Rio não reorganiza a quantidade de ônibus por trajetos? Por que não se determina a quantidade de veículos de acordo com o número de passageiros por linha e horário? Por que este processo não é dinâmico? Se tem um evento incomum e aumenta o número de passageiros para uma determinada área da cidade, mais ônibus devem se deslocar por trajetos que atendam aquela área. Se o número de passageiros é maior em uma determinada linha de ônibus, por que não aumentar a quantidade de veículos nesta linha em detrimento de outras linhas com menos passageiros?

Qual é o motivo da falta de estratégia e de engenharia de tráfego, por parte da Prefeitura do Rio?

*Colaboração Rubiana Santoro

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